sábado, 24 de março de 2012

A Criança Índigo


Fonte: http://www.psicenter.psc.br/indigo.htm
    O seu filho "viaja" quando ouve algo que não lhe interessa na aula?
     Ou vira-se para um papo-cabeça com o colega? Ele parece desatento e distraído, mas fica horas superconcentrado no que gosta, como jogos de computador, futebol outeclados de um piano?
     Ele é rebelde, respondão e detesta injustiças? Precisa que você lhe explique com todo o carinho os motivos para que obedeça? Pois seu filho pode ser um índigo a cor arroxeada
do jeans, quase lilás, e escolhida por representar uma aura positiva. O rótulo foi criado por especialistas americanos para designar uma criança hipersensível, cujo cérebro recebe muito mais estímulos que a média dos mortais. 
     Algumas vezes, as crianças índigo não distinguem se são sonhos ou visões e nem sabem que são índigo. Mas não se trata de um fenômeno raro. Para a psiquiatra Ana Beatriz B. Silva, o índigo ou o lilás é a versão superdotada dos portadores do já conhecido distúrbio do déficit de atenção (DDA), uma característica do funcionamento cerebral superestimulado. Há poucas décadas, o DDA era tido como doença, lesão cerebral ou disritmia, que deveriam ser tratadas com drogas pesadas, segundo ela, uma visão hoje "ultrapassadíssima". 

      No Brasil, como a revolução tecnológica chegou alguns anos mais tarde, a explosão de potencialidades dessa nova geração índigo ainda está por despontar, mas Ana Beatriz já vê alguns deles, como o músico Marcelo Yuka, seu paciente há quatro anos, cujo "faro para a estranheza", como ela brinca, vem desde a infância: Tudo o que Marcelo Yuka descobre em termos de sons e parece estranho, depois de algum tempo vira popular. Os índigos têm ainda uma intuição exacerbada, como a Salete, que, segundo Ana Beatriz, é interpretada como uma espiritualidade elevada: Mas o que a ciência comprova é que os índigo têm um funcionamento cerebral diferente. Se não forem bem compreendidos, podem ser confundidos com pessoas impulsivas e agitadas. (...)

  
Como lidar com o índigo

SEM IMPOSIÇÕES: A psicóloga Débora Gil diz que os pais do índigo não devem fazer imposições só por necessidade de obediência. Essas crianças sensíveis, talentosas e  inteligentes não aceitam explicações do tipo porque sim ou porque não, respostas, segundo ela, tidas como de criança mas muito usadas por pais autoritários. Essas crianças não funcionam assim e exigem que os pais, com calma, expliquem o porquê de suas ordens.

CASTIGOS ABSURDOS: As ameaças de castigos absurdos, como o homem do saco vai pegar, vão passar pimenta na boca ou o papai do céu vai castigar, podem fazer o feitiço virar contra o feiticeiro. O índigo vai ver que esses castigos não acontecem e perderá o respeito por esses pais.

DISCUSSÕES FECHADAS: Nunca se deve discutir a respeito do índigo na frente dele. Ele vai querer participar da discussão. 

PAIS DIVERGENTES: Se o índigo percebe que os pais discordam em muitas questões  e ele percebe tudo vai acabar manipulando a família inteira. 

PAIS ATUALIZADOS: Os pais do índigo devem se atualizar em questões de alta tecnologia para poder acompanhar a criança e conversar com ela. Os índigos preferem revistas de ação, desenhos mais elaborados como os do X-Man, de tecnologias mutantes, jogos eletrônicos hiperativos como The Sims, que é uma simulação da vida real; o Civilization, que cria estratégias para a civilização desde o começo do mundo e leva meses para terminar. Se os pais não se atualizam, segundo Débora Gil, rapidamente os índigos deixarão de falar com eles, com a convicção de que eles não entendem nada mesmo.

REDAÇÃO NA ESCOLA: A psiquiatra Ana Beatriz B. Silva diz que nos Estados Unidos as escolas assimilaram há algumas décadas a lidar com os índigos, estimulando suas potencialidades. Uma sugestão de Débora Gil é a de redações de temas livres e variados.
O índigo escreve com pressa, come palavras e teria mais facilidade em escrever sobre o que mais lhe agrada.

PROFESSOR ALIADO: As turmas do índigo devem ser pequenas e o professor não deve ser um superior, mas um aliado. Uma maneira de trazer a atenção do índigo é lhe passar tarefas significativas, papéis de responsabilidade. Ele deve ser convidado para ser o monitor, um auxiliar do professor e jamais deve ser repreendido em público, muito menos de maneira estúpida ou severa. (...)

    O que a neurociência comprovou, segundo Débora Gil, é que o lobo pré-frontal do cérebro, que filtra os estímulos externos, trabalha mais devagar nessas crianças. Isso significa que as demais partes do cérebro recebem mais estímulos e trabalham mais rapidamente. A psiquiatra Ana Beatriz B. Silva explica que essas crianças são hiperestimuladas e, por isso, são mais inteligentes, sensíveis, intuitivas, criativas e ativas. (...)

Texto compilado de Márcia Cezimbro
Colaboração: Lílian Fernandes
Leia na integra em  O Globo.

Dica de Leitura:

Educando Crianças Índigo

 

segunda-feira, 19 de março de 2012

A Pipoca, Rubem Alves!


Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/File:Rubem_Alves.jpg


A culinária me fascina. De vez em quando eu até me até atrevo a cozinhar. Mas o fato é que sou mais competente com as palavras que com as panelas. Por isso tenho mais escrito sobre comidas que cozinhado. Dedico-mo a algo que poderia ter o nome de ‘culinária literária’. Já escrevi sobre as mais variadas entidades do mundo da cozinha: cebolas, ora-pro-nobis, picadinho de carne com tomate feijão e arroz, bacalhoada, suflês, sopas, churrascos. Cheguei mesmo a dedicar metade de um livro poético-filosófico a uma meditação sobre o filme A festa de Babette, que é uma celebração da comida como ritual de feitiçaria. Sabedor das minhas limitações e competências, nunca escrevi como ‘chef’. Escrevi como filósofo, poeta, psicanalista e teólogo - porque a culinária estimula todas essas funções do pensamento.

As comidas, para mim, são entidades oníricas. Provocam a minha capacidade de sonhar. Nunca imaginei, entretanto, que chegaria um dia em que a pipoca iria me fazer sonhar. Pois foi precisamente isso que aconteceu. A pipoca, milho mirrado, grãos redondos e duros, me pareceu uma simples molecagem, brincadeira deliciosa, sem dimensões metafísicas ou psicanalíticas. Entretanto, dias atrás, conversando com uma paciente, ela mencionou a pipoca. E algo inesperado na minha mente aconteceu. Minhas idéias começaram a estourar como pipoca. Percebi, então, a relação metafórica entre a pipoca e o ato de pensar. Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e imprevisível. A pipoca se revelou a mim, então, como um extraordinário objeto poético. Poético porque, ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como aqueles das pipocas dentro de uma panela.

Lembrei-me do sentido religioso da pipoca. A pipoca tem sentido religioso? Pois tem. Para os cristãos, religiosos, são o pão e o vinho, que simbolizam o corpo e o sangue de Cristo, a mistura de vida e alegria (porque vida, só vida, sem alegria, não é vida...). Pão e vinho devem ser bebidos juntos. Vida e alegria devem existir juntas. Lembrei-me, então, de lição que aprendi com a Mãe Stella, sábia poderosa do Candomblê baiano: que a pipoca é a comida sagrada do Candomblê...Leia mais em O amor que acende a lua, p. 59.




Conheça "A Casa de Rubem Alves"  e divirta-se com este grande escritor.



segunda-feira, 12 de março de 2012

Receita deliciosa de Sorvete!

Fonte: "Sorvetes e Sorbets", Abril Coleções.


Bolo Sorvete com Merengue e Chocolate 
(Receita retirada do livro "Sorvetes e Sorbets", Abril Coleções.)



Rendimento: 4
Tempo de Preparo: 25 min
Ingredientes:
500 gr. de sorvete de baunilha 03 claras
40 gr. de açúcar de confeiteiro
01 limão
150 gr. de chocolate em barra meio amargo
02 colheres (sopa) de creme de leite fresco

Modo de Preparo

Com um ralador grosso, raspe 50 g de chocolate e misture ao sorvete de baunilha, amolecido em temperatura ambiente, amassando com a espátula por alguns minutos.
    Encha com esse sorvete uma fôrma em formato de cúpula e coloque-a no freezer por pelo menos 30 minutos. Leve também ao freezer um prato que resista à oscilação de temperatura. 
  Aqueça o forno a 240 °C. Derreta o chocolate restante em banho-maria juntamente com o creme de leite e a casca ralada do limão, bem lavado e seco, misturando continuamente.

 Importante: Bata as claras em neve muito firme com o açúcar de confeiteiro, utilizando a batedeira manual. Retire o prato do congelador e desenforme sobre ele o sorvete.

 Cubra-o uniformemente com o glacê de claras batidas e leve o prato ao forno a 240 °C por 4 minutos, até que as claras comecem a corar. Retire o semifredo do forno e corte-o em gomos, colocando-os em pratos. Guarneça-os com a calda de chocolate ainda quente e sirva imediatamente.





Dica:


Grande Cozinha: Sorvetes e Sorbets. 
Abril Coleções.


Abril, 2007. Vol. 09, 176 págs.;

 Receitas deliciosas do mundo e da escola de cozinha. 
Aprenda, entre outras receitas, um magnífico bolo de sorvete ao merengue com calda de chocolate.



sexta-feira, 9 de março de 2012

Calça Amarela, por Neusa Rocha


Calça Amarela


            Após esperar uns bons minutos, finalmente o ônibus chega. Estou no Centro da cidade, é Sábado e está anoitecendo.

            Entro no ônibus, pago a passagem e sento, bem na frente, sozinha.

            Lá fora, diagonal à porta que está aberta, observo algo que clama por minha atenção: um casal, ou melhor, uma calça. Ou melhor, um rapaz franzino, moreno, bem penteado e limpo, que se sobressai na multidão, vestindo uma calça de cor amarela. Ele conversa com uma moça muito bonita, morena, de cabelos longos e encaracolados, que pouco fala e tudo escuta, sorrindo um tanto tímida, contudo receptiva à conversa, aparentemente, animada do rapaz engraçado.

            Dá para perceber, claramente, que ele, por sua vez, está agitado e até parece um bailarino a dançar na frente da jovem. É incrível, mas os pés não param de se movimentar! Veste camisa preta, calça amarela e um par de botas pretas, de bico fino, bem limpo e lustrado.

            O mundo a minha volta pára, olho a cena, lá fora, eles estão invisíveis e suspensos naquela hora mágica do lusco-fusco onde a tarde finda e até mesmo as formigas invertem o seu laborioso ofício, marchando à ré, direto para casa.

            Agora, eles já estão imersos na penumbra. Eu firmo o olhar e tudo o que posso ver, neste momento, é a calça amarela. A calça amarela do franzino homem de cabelos pretos, repartido ao meio, penteados com gel. O rapaz não pára de andar pra lá e pra cá. O efeito é cinematográfico. O rosto moreno, o dorso e os pés, todos pretos, se mesclaram com a noite. O rapaz está invisível, menos as suas pernas vestidas numa exibida calça amarela.

            Neste momento, eu só consigo ter olhos para o rapaz franzino e feio que continua falando e falando com a morena atraente de blusa branca, cabelos castanhos e boca sorridente pintada de vermelho- carmim.

            A calça de cor amarela é realmente algo fantástico, estou assombrada. Não pensem que é uma cor comum, não, é uma cor amarelo-ovo, muito forte, gritante, fosforescente e muito chamativa.

             Penso com alegre afeto na calça amarela, no jovem franzino e na moça tímida, que nem conheço, mas que me distraem de mim mesma. Eles tornam-me um pouco menos existencialista e muito mais divertida. Eu fico pensando o que move um homem jovem a entrar numa loja e dizer:

             - Por favor, eu quero levar aquela calça amarela.

            Penso, que ele bem que pode ter sido engambelado, ou apenas incentivado a comprar a calça pela simpática e talentosa vendedora. Mas, quem sabe, não foi o preço mesmo, que ele viu divulgado no jornal da banca da esquina: Somente hoje. Queima de Estoque: uma promoção imperdível! – sorrio imaginando a cena – Mas, e se é gosto mesmo? Pior, se foi gosto mesmo, nem discuto. Pois, que cada um tenha a calça que mereça e que melhor lhe provir, prego!

             Dando cordas a minha imaginação, vejo-o entrando na loja, um tanto desanimado, de repente, ao levantar o olhar vê a calça amarela. Vejo os seus olhos escuros faiscarem e tomado de súbita inspiração, sem experimentar, compra a calça. E, bem feliz, vai pra casa e veste-a com a sua melhor camisa e o seu único e bem cuidado par de botas de couro de bico fino.

             Ele se sente muito bem: - Quem sabe não tenha uma chance com aquela moça cheirosa, que veio do interior há poucos dias, colega de trabalho da irmã do meio - Vejo-o cantar, assobiar, passar gel d´água pós barba no rosto magro e pentear meticulosamente os cabelos com o pente fino empapado de mousse Fix Hair. Ele escova os dentes e gargarejando alto gospe na pia, secando a boca com as mãos, se olha no espelhinho do banheiro e muito satisfeito consigo diz, em voz alta: - Vai lá cabrão! - sorri e teso sai à rua em busca de ser o possível candidato ao coração da linda morena.

            Talvez, possa ser ela, a jovem atraente de cabelos castanhos encaracolados, tímida, de lábios pintados de vermelho- carmim e olhos cor de mel, bem ali, parada a sua frente, a sua noiva dos sonhos. Sim, porque homem também sonha: sonha em casar, em ter um ombro quente e amigo, uma mulher pra chamar de sua, uma família bem bonita pra caminhar juntos e bater uma bola na praia, um cachorro pra correr atrás das crianças, enquanto o casal ri e toma uma cerveja gelada. Sonhar não paga juros, na verdade, não custa nada. Ele sonha. Nervoso, resolve mesmo ir buscá-la após o expediente de trabalho para acompanhá-la de ônibus até o apartamento que ela divide com outras meninas.

            Sem pressa, volto toda a minha atenção para o ônibus, diagonal à porta, que está aberta, lá fora, continua conversando o rapaz franzino, a moça atraente e a calça amarela, que domina o ambiente a sua volta. A jovem mais solta, conversa com ele e ela nem parece perceber a calça amarela, berrante, que dança a sua frente, tão ridícula e contagiante. Ao contrário, percebo que ela está completamente hipnotizada pelo franzino, feio e dançante rapaz, metido, em sua brilhante, calça amarela.

            Mas, ao que parece a calça amarela esta funcionando muito bem, funcionando a favor do divertido rapazinho. Deveras, assim como uma lâmpada fosforescente atrai todas as "mariposas", a luz da cena, iluminada de amarelo, prende toda a minha atenção. Eu, agora, estou totalmente voltada para aquela misteriosa esfinge murmurante que parece dizer:

            - Decifra-me ou... Devoro-te! – suspiro sem respostas.

            O motorista e o cobrador, depois de tomarem um cafezinho na lancheria, sobem para o ônibus que já está quase lotado. O motorista, boa pinta, senta ao volante, fala com o cobrador, ri alto, liga o motor, me olha pelo espelho, engata a marcha rascante e sem nenhuma pressa fecha a porta do coletivo, manobra com habilidade e sai barulhento, me levando, por obséquio, para longe dali.

            Enfim, estou indo para casa. Não posso mais ver o curioso casal, então, volto o meu olhar para a janela que reflete uma imagem cansada, me olho cúmplice e intimamente sorrio, concluindo:

            - Talvez, eu, esteja precisando comprar uma Calça Amarela.



Obs.: O conto Calça Amarela é  integrante da antologia "A
Presidiária", resultante do evento Contos Curtos/2009.
Via Literária, Cidade de Porto Seguro - BA.





 Em Oferta:  

"Issey Miyake",Taschen.



Linda obra do estilista japonês Isse Miyake.
Excelente material para pesquisa em Moda.
Livro usado em ótimo estado.
       
                                                             

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